novembro 21, 2007

A Corrente

"...Estaria na verdade lutando contra a sua própria vontade intensa de aproximar-se do impossivel de um outro ser humano?"

(Clarice Lispector)


A imagem ao lado é de um bilhete, carta, algo assim, que há muito não via nem tinha conhecimento que existia ainda, em pleno século XXI.
Quado era criança, era muito comum essas correntes, em nome de santos, que chegavam às enxurradas, de todos os lados, e eram jogadas nas áreas, quintais, ou simplesmente colocadas embaixo da porta.
Pois bem, soube hoje que ainda existe, encontrei-a na caixa de correio, juntamente com boletos, contas a pagar, extratos bancários, etc.
Contém muitos erros de português, e como sempre ameaças de que se a tal corrente for quebrada, coisas terríveis acontecerão (comigo). Minha primeira reação foi amassar, e jogar no lixo... Mas...
Pensando aqui; o que teria levado alguém, nos dias de hoje, a repetir esse gesto de escrever tantas cartas e distribuir por aí, a espera de um milagre? Incompreensível?...Talvez...
Mas se o milagre da alfabetização solidária tivesse já ocorrido bem como a tão desejada distribuição igualitária de renda se efetivado, tal figura (criatura) e tal objeto (acorrentado) não teriam mais razão de existir.

Beijos meus pra ti !

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