julho 18, 2008

Notas de viagem...(1)

Ontem fui a Sampa por uma razão muito especial: conhecer uma amiga do orkut, uma garota que encontrei por acaso numa comunidade e com quem tenho em comum nada mais (nem menos) do que a psicologia.
Há tempos não ia à capital e ao chegar, devido a um acidente com um caminhão na marginal, pegamos 10 km de congestionamento. Normal. Não conhecia o lado da cidade onde ela mora (adorei o desafio!!); peguei o Metrô e o táxi como me falaram e cheguei. Normal também!
Sobre esse encontro falarei uma outra vez, hoje vou me ater a algumas observações e fatos que aconteceram, nada diferentes de muitos outros que antes presenciara , apenas vistos com um novo, (e agora possível), olhar.
Sempre gostei de Metrô, usava com muita frequência, quando morei lá... e em condições muitas vezes adversas, rs, com criança, carrinho,malas, etc, e portanto pouca oportunidade e disponibilidade para observar. Além disso o trajeto que fazia, era outro, e a lotação também. Fiquei feliz com a ampliação das linhas e peguei o trem quase vazio, tanto para ir da Estação Sumaré quanto para voltar até a Estação Vila Madalena.
Poucas pessoas no vagão me fizeram observar um casal que entrou numa das estações e desceu rapidamente, duas após...Ela, com traços orientais e ele, afrodescendente (pra ser politicamente correta). Fiquei encantada com a alegria deles e a conversa animada que rolou nesse pequeno percurso e fiquei pensando em como teriam se encontrado e se apaixonado aqueles dois seres tão distintamente diferentes, e tão iguais. Olhos pra ver... sorriso pra acompanhar...esses dois apaixonados, representantes aqui da Ásia e África, que desceram na Estação Consolação, como se nem eu nem ninguém existisse nesse pequeno mundo existente sob a cidade.
Peguei um táxi no final da linha do Metrô, e o motorista não conhecia a rua no bairro em que mora minha amiga...Não me enganou...sem constrangimento sacou de seu aparelho GPS a quem chama de 'amigo' e tentou por ele identificar o local. Parecia satisfeito com as informações, mas mesmo assim sacou também de um velho conhecido meu, rsrs, o Guia São Paulo (bíblia dos que desconhecem a enorme cidade em que estão), que tantas vezes foi responsável por minha chegada mais rápida e precisa a vários lugares. Fiquei pensando em como as pessoas adquirem as novas tecnologias mas não confiam nelas...Ele me pareceu bem mais satisfeito e tranquilo após o uso do Guia. E eu também fiquei feliz ao observar que ele não teve vergonha de dizer que resiste à mudança.
A nota triste ficou para o final, (de um até então maravilhoso), dia. No luminoso ao sair da cidade observamos a frase: Acidente a 3 km. Lentidão novamente no trânsito... e ao chegar no local, de relance vi um corpo totalmente coberto no meio da pista ao lado de uma bicicleta. Provavelmente aquela pessoa havia tentado atravessar a pista, e não houve tempo de chegar ao outro, nem a nenhum lado.

O médico, na ausência do que fazer, sinalizava para que seguíssemos em frente.

Há alguns metros olhei para a passarela, cujo uso poder-lhe-ia ter salvo a vida...e me lembrei do sinal do médico há pouquíssimo tempo atrás.


E é isso que estamos fazendo todos... seguindo em frente.






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