agosto 02, 2008

Uns dias atrás fiz uma viagem, um retorno a um lugar que estava bem distante, uns 20 anos mais ou menos.
Antes de ir pensei que fosse ser um passeio apenas, como tantos que fiz nessas férias.
E fui...(sem receio algum de voltar).
Há tempos planejava ver como estava esse passado distante, com cheiro de cana de acúcar e imagens de lugares, cuja vastidão dava asas a minha imaginação infanto-juvenil (rsrs) de mudar o mundo, começando, como me disseram insistentemente que era o melhor, por mim mesma.
Muitas imagens, momentos felizes foram voltando pelo caminho, uma estrada agora menos longa, bem sinalizada e duplicada em sua grande maioria; bem diferente da que enfrentava, quando apenas o sonho me movia e me fazia crer que tudo o que eu desejava aconteceria.. um dia!
A certa altura, esqueci-me do caminho e senti novamente o cheiro adocicado e enjoativo das Usinas de Açúcar, e observei algumas plantações (poucas pra meu espanto), que eram paisagens constantes, companheiras de viagem, quase cúmplices, por cinco anos.
Chegando lá, qual não foi minha surpresa (embora já me tivessem dito) com as mudanças ocorridas; muitos outros novos prédios construídos, muitos caminhos nunca antes atravessados por mim nem no melhor dos sonhos...
Tínhamos uma maquete do que seria futuramente o Campus, mas jamais pensávamos que seria terminado como planejado.

Fazíamos até pilhéria disso !!

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Flores, canteiros novos, passarelas antes inexistentes e árvores antigas (bem conhecidas) convivem hoje harmoniosamente como se sempre estivessem estado por ali, por perto, mas na realidade muito distantes (na memória) dos dias em que passei por aquele lugar.
Sem referência física nenhuma, contando apenas com a memória afetiva, fui caminhando por entre aquelas calçadas para mim recém construídas (eterna novidade), procurando um bloco de salas bem conhecidas minhas, onde maravilhosas pessoas me ensinaram um pouco mais a ser o que sou pessoal e profissionalmente, e a compreender a dor do mundo, sem que precise mergulhar nela (por já conhecer bem a minha!), que é a mesma de toda a gente...
Encontrei o que queria e nem sabia que um pedaço de mim ali ficara também, não perdido, mas pronto pra ser reencontrado e reintegrado.
E alegrei-me com esse (re)encontro anunciado que me proporcionou um bem estar enorme, e uma sensação de volta ao começo, onde tudo um dia se perde pra ser novamente buscado, numa sucessão de encontros e des(encontros) de que a vida é feita e se alimenta.
Lembrei-me do dia da formatura, em que falei pra uma professora que tinha terminado e ela me corrigiu imediatamente dizendo que não, que tudo estava na verdade (re)começando, e que seria assim sempre, dali pra frente, (como sempre houvera sido), anteriormente.
Hoje vivo e busco propiciar isso dia a dia, às pessoas que me procuram, muitas vezes no auge do sofrimento, e olhando tudo ali novamente, só o que consegui me lembrar foi o refrão de uma música de O Rappa...que diz:

Valeu a pena
Êh! Êh!
Valeu a pena
Êh! Êh!
Sou pescador de ilusões
Sou pescador de ilusões...


Muito a 'pescar' ainda...(mas também já muito foi realizado)...
E é um gozo constatar isso...

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