março 16, 2009

IX
Se digo que sonho o ruído das flores minto.
Perco-me num labirinto de imagens.
Estou além do que penso e aquém do que sinto.
Todas as asas de um mesmo jogo.
Todos os rostos de um só cenário.
Plumas selvagens que adornam o louco.
Se digo que sorvo este veio. Este abismo.
As flores me tragam em seus orifícios.
Estrelas são patas. Estrias claras da brisa.
O resto são armas. A guerra e o atrito.
A degustação suave da aurora.

E a beleza na qual me aniquilo.

Rodrigo Petronio

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