maio 31, 2009

Sou uma pessoa privilegiada...
Não consigo me desligar da observação e da escuta um só instante.
Em todo lugar onde vou tenho sempre uma história (estória) pra contar, nem me preocupo com a veracidade, pois pra quem conta é verídico, mesmo sem ter sido!
O fato é que conheço uma pessoa que tem um gato, e se vangloriava que ele não conseguia pular o muro como todos os gatos fazem.
Disse até que ela teve que pular o muro da casa da vizinha um dia pra pegá-lo!
Essa semana veio me contar que mandou castrá-lo, e pra meu espanto contou o motivo.

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Ele se interessou por uma gata, descobriu certamente os prazeres do sexo e aprendeu a pular muros. Nunca mais foi o mesmo!
Segundo ela perdeu o ar de criança que miava todo dia na porta do seu quarto pra entrar e dormir no chão, num lugar preparado pra isso com panos e cobertores.
E à tarde, ao invés de comer e dormir como sempre fazia antes, miava sem parar para sair dali, desesperadamente!
Enchia bem a barriguinha e saia, lépido e fagueiro a pular muros pra se encontrar com a gata amada; arrumou briga com gatos da vizinhança e chegou até a aparecer machucado em casa.
O que me chamou mais atenção na história toda foi a dor dela pelo fato dele ter crescido, deixado de ser seu gatinho pra ser o namorado da gata, que segundo ela já havia sumido, pois o cio havia terminado!
Lembrei-me no mesmo instante de muitas mães que fazem(ou tentam) fazer o mesmo com seus filhos, (principalmente do sexo masculino), apenas sem chegar as vias de fato como essa pessoa fez, vivem castrando o bichinho (filhinho) pra tentar impedi-lo de crescer.
No mundo humano o que impera é a palavra, felizmente (ou não) para os meninos e meninas da mamãe, que mais cedo ou mais tarde descobrem que existe muito mais entre o céu e a terra do que a barra da saia dela, e dão seus pulinhos pelos muros da vida.
Pena, muita pena mesmo sinto dos que não podem/conseguem se desligar desse sentimento de posse e ficam presos ao desejo de suas mães de que não cresçam, apenas fiquem ali, alimentando-se e dormindo como se pudessem ser crianças para sempre.
Quantos problemas não enfrentam esses garotos e garotas adolescentes (e mesmo adultos), com quem muitas vezes me deparo e vejo que continuam sendo os filhinhos(as) gatinhos(as) da mamãe, sem verem perspectivas de crescerem, desenvolverem e se tornarem adultos relativa e emocionalmente estáveis e saudáveis.
E quanto trabalho temos ainda, hoje e cada vez mais pela frente, enquanto as mães não crescerem para poderem permitir que seus filhos cresçam também !!

2 comentários:

Úrsula Avner disse...

Olá minha cara, cheguei ao seu blog por meio do seu perfil. Temos muitos interesses em comum, entre eles, a poesia e a psicologia. Estou fazendo contatos porque estou há apenas tres meses no blogspot, contatando pessoas afins. Escrevo poesias para adultos e crianças. Aguardo sua visita. Bjs.

Sueli disse...

Essa história do gato é sensacional!
Quanto ao 'bicho' gato, ou outro bicho, morro de pena ao vê-los em apartamentos, loucos para darem ' as suas saidinhas',e claro,crescerem, ou melhor , continuarem o ciclo vital, q todos 'os bichos' têm. Mas a(o)s dona(o)s , bichos 'menos evoluídos', pensam que bicho não precisa de mais nada .Coitado,nem pode falar!
Quanto ao 'bicho- homem', é bem assim, mas às vezes, precisamos dar 'um empurrãozinho'nesse crescimento, e aí dói, pq somos da mesma espécie. Mas como tudo é perfeito neste Universo, é nessa hora que contamos com pessoas (como tu)que estão preparadas para nos ajudarem. É demorado, sofrido, mas passo a passo é possível.
É preciso procurar ,mas nunca 'castrar'.